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Conquistar com excelência e sofisticação

Fábrica da Inapa em Echandens, oeste da Suíça. Divulgação

Num momento em que não há mercados fáceis, nem sectores fáceis, nem clientes fáceis, o facto de o espírito de vencer estar enraizado, pode fazer toda a diferença e ser parte fulcral no sucesso de uma empresa. Para Jorge Bravo, membro do Conselho de Administração da Inapa, o “grande desafio é fazer todos os dias melhor”.

A operar no mercado suíço em toda a sua extensão, a Inapa – Indústria Nacional de Papéis –  realiza anualmente um volume de negócios que atinge entre 70 a 80 milhões de euros e, com uma quota de mercado de cerca de 18%, ocupa, habitualmente, o terceiro lugar do ranking helvético do mercado de papel. Além da Suíça, a Inapa está instalada na Alemanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Espanha, Portugal e Angola.

Apesar de ser uma empresa que nasceu em Portugal, em 1965, a cultura do grupo Inapa faz com que no território helvético, a empresa de direito suíço, 100% detida pela Inapa IPG, S.A., funcione com um escritório e equipa local. “Com um dirigente suíço, com um CEO suíço. É uma empresa de raíz suíça, que emprega suíços, que pensa para a Suíça e trabalha para a Suíça,” esclarece Jorge Bravo.

O diretor de operações da Inapa, Jorge Bravo, revela à swissinfo.ch que, no conjunto dos países, a Inapa apresenta como “número mágico de volume  de negócios” um valor que “anda sempre à volta de mil milhões de euros. A Inapa Suíça, que concentra a sua actividade na distribuição de papéis revestidos e não revestidos, especialidades, cartão e papéis de embalagem, ao segmento gráfico e de escritórios, representa entre 6 e 7% do volume de negócios do grupo.”

 “No mercado suíço, tal como no mercado francês, alemão, espanhol ou português, os nossos clientes são clientes de primeira água,” esclarece Jorge Bravo, que manifesta orgulho em servir algumas marcas de prestígio mundial: “Por exemplo fornecemos o papel para um catálogo internacional da Rolex.”

Exigência suíça aprecia sofisticação

Sobre as caracteristicas do mercado helvético, onde o grupo entrou em 1998 através da aquisição do grupo Mafipa (França, Bélgica, Luxemburgo, Suíça), Jorge Bravo é peremptório em afirmar que “é um mercado muito interessante. Porque é um mercado onde temos empresas globais.” Sendo também “um país muito interessante para se trabalhar, enquanto merchant, porque há muitas oportunidades de desenvolver projectos sofisticados e onde essa sofisticação é apreciada.”

Num mercado maduro e muito exigente ao nível do serviço que procura receber, como é o suíço, a estratégia da Inapa, de há uns  anos a esta parte, tem sido “diversificar o negócio de papel, que é nuclear, para a venda de produtos de embalagem (packaging), economáto (office-supplies) e produtos para os clientes do sector gráfico.”  

Tendo em vista possíveis oportunidades de crescimento, sobretudo  nos “sectores  de acondicionamento, comunicação visual, produtos gráficos etc.”, o diretor de operações afirma que a Inapa, ainda que tenha uma grande capacidade de desenvolver orgânicamente todas estas linhas de negócio, que está a fazer nos diversos países, “está sempre atenta às oportunidades. Assim que elas existam, estejam disponíveis e sejam um bom casamento.”

Suíça – 3º

Portugal – 1º

Alemanha -3º

Bélgica – 1º

Espanha – 2º

França -2º

“E a nossa concorrência que se dane”

Mas com a crise instalada na Europa, onde alguns países já entraram em recessão, a Inapa, no espaço de um ano, registou queda no volume de negócios. Na Suíça o volume caiu entre 5 a 6% e em Portugal, onde dominam o mercado de papel, a quebra foi de 15 a 16%, uma das maiores no grupo. Jorge Bravo explica que, “neste momento, em Portugal,  os níveis de investimento em publicidade  estarão a níveis do ano 2000.”

A trabalhar com mais de 12 mil referências de papel, que vão desde o papel mais normal, A4, ao papel mais especial, a  estratégia da Inapa, para enfrentar  a evolução menos favorável do mercado, passa por ter, cada vez mais, a capacidade de melhorar o conjunto que é vendido no papel.  E, “por outro lado, continuamente e de uma forma muito focada, desenvolver os negócios complementares. Que, no fundo, vão fazer alguma compensação a uma quebra de volumes que o papel vai traduzindo.” 

Na Suíça, a empresa está “a dar, e a ter, excelentes sinais na área de embalagem e na área de office-supllies,” e em breve terá algumas novidades relativamente à área de consumiveis gráficos. “Acreditamos que estamos a preparar bem para aquilo que , estruturalmente, são algumas das alterações que se vão desenvolver. A crise há de passar.”

O ano de 2013 é encarado pelo diretor de operações como “um novo desafio”. E, para o ano que ainda agora começou, a grande ambição do grupo é  manter as quotas de mercado, desenvolver  negócios complementares e encontrar novas oportrunidadesde crescimento.

“Acho que os indíces de confiança, na empresa e no mercado, sobre a Inapa são altos. Portanto, acho que temos reunidas todas as condições para em 2013 termos um ano fantástico.  E a nossa concorrência que se dane!”

Jorge Bravo: Nós temos uma estrutura que está muito equilibrada, que tem as devidas segregações de funções, que tem os sistemas de controlo interno a deter. A verdade é que isso é o reconhecimento da forma como estamos organizados, da forma como reportamos ao mercado, da forma como temos os nossos sistemas de controlo montados. Acho que essa é uma forma de nos dar o reconhecimento pelo trabalho que tem sido feito.

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