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Jovens católicos suíços participam de Semana Missionária em Nova Friburgo

Está quase tudo pronto para o encontro dos jovens católicos com o Papa Francisco. Keystone

Maior encontro internacional da comunidade católica, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vai reunir, a partir de domingo, segundo estimativa da organização do evento, cerca de dois milhões de jovens oriundos de diversos países, inclusive cerca de 300 suíços

Antes, 120 jovens suíços participam da Semana Missionária em Nova Friburgo.

Aguardada como um momento de congregação e diálogo, a JMJ, que acontecerá de 21 a 28 de julho no Rio de Janeiro, servirá também para estreitar ainda mais os laços entre a população da Suíça e a cidade brasileira de Nova Friburgo, fundada em 1819 por migrantes suíços na Região Serrana do Rio.

Na semana anterior à JMJ, entre os dias 16 e 21 de julho, a cidade serrana, castigada há dois anos e meio por um desastre natural que deixou um terrível saldo de mais de 400 mortos, receberá uma delegação de 120 jovens católicos suíços de língua francesa. Estes se reunirão a jovens vindos de outras partes do mundo para participar da Semana Missionária, evento oficial prévio à JMJ que será organizado pela Diocese de Nova Friburgo.

A expectativa da Diocese é que cerca de quatro mil jovens participem da Semana Missionária em Nova Friburgo. Entre os estrangeiros, além dos suíços, foram registradas inscrições de jovens espanhóis, portugueses, ingleses, venezuelanos, colombianos e mexicanos. Além, é claro, dos jovens da vizinha Argentina, que são maioria entre os estrangeiros em todos os eventos da JMJ, certamente em conseqüência da presença do Papa Francisco, que é argentino.

Os jovens estrangeiros que participarão da Semana Missionária ficarão hospedados em casas de moradores locais em Nova Friburgo e seus distritos de Lumiar, São Pedro da Serra, Papucaia e Santana de Japuíba, além das cidades vizinhas de Cachoeiras de Macacu e Bom Jardim. Segundo a Diocese, a programação do evento será baseada em três pilares: espiritualidade, solidariedade missionária e cultura.

Um dos coordenadores da Associação Romanda da Jornada Mundial da Juventude, frei Pierre de Marolles, em conversa com a swissinfo.ch, diz o que espera encontrar na Semana Missionária em Nova Friburgo: “De manhã, durante a semana, teremos diferentes atividades espirituais e culturais nas paróquias da Diocese, e à tarde, teremos atividades turísticas e de solidariedade”. Os jovens suíços estão ansiosos por uma grande e pacífica festa: “A cada noite, os quatro mil jovens estrangeiros, mais todos os brasileiros de Nova Friburgo, irão se encontrar no centro da cidade para missas festivas ou shows musicais”.

Marolles fala sobre a oportunidade, dada aos jovens católicos suíços, de levar conforto a quem ainda sofre com a tragédia de 2011: “A caridade cristã passa em primeiro lugar pela proximidade! Os nossos jovens têm um desejo muito grande de conhecer de perto esses brasileiros de quem eles têm tanto ouvido falar. Por isso, estamos muito felizes em ser acomodados diretamente pelos moradores de Nova Friburgo”, diz.

Mesmo que não conste no programa oficial, Marolles garante que uma visita será feita a uma das iniciativas de reconstrução de Nova Friburgo que recebe ajuda da Suíça: “Não sei se as ‘atividades de promoção humana’, que constam do programa das tardes incluem visitas a lugares que a Suíça tem ajudado a reconstruir. Mas, nosso grupo vai ficar um dia a mais na cidade para poder visitar a Associação Casa Suíça de Nova Friburgo, que é encarregada das relações entre Nova Friburgo e a Suíça”, diz.

Copacabana

Após a semana na cidade da Região Serrana, os jovens suíços descerão ao Rio de Janeiro, onde pretendem participar dos inúmeros eventos programados para a JMJ nas areias da praia de Copacabana: “No Rio, ficaremos hospedados em dois hotéis no bairro de Ipanema, bem perto da praia de Copacabana, onde ocorrerão muitas atividades e encontros durante a semana da JMJ entre 22 e 27 de julho”, diz Pierre de Marolles, chamando atenção ainda para “o Festival da Juventude que vai acontecer na cidade toda”.

No fim de semana de 27 e 28 de julho, os jovens suíços participarão de uma noite de vigília e de uma missa campal que será celebrada pelo Papa Francisco. A presença do líder máximo da Igreja Católica, afirma Marolles, foi mais um grande incentivo à vinda dos suíços à JMJ no Brasil: “Nós sabemos a sorte que temos em poder conviver com o Papa Francisco durante a JMJ. Nossos jovens estão muito felizes em vê-lo nesta ocasião. Muitos dizem que é para eles um dos primeiros motivos para ir à JMJ”, diz.

De acordo com a Conferência Episcopal da Suíça, cerca de 300 pessoas ligadas à Igreja Católica no país deverão participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro entre os dias 21 e 28 de julho.

A participação foi confirmada durante a assembleia plenária da Conferência, que reuniu os bispos suíços e foi realizada em junho no monastério beneditino de Einsielden, no cantão de Schwyz.

Presidente da Conferência, dom Markus Buchel afirmou, segundo a Rádio Vaticano, esperar que a participação na JMJ seja “uma experiência de enriquecimento da fé para os católicos suíços”.

Papa Francisco

O novo papa, segundo Marolles, tem total simpatia da comunidade católica suíça: “Eu acho que, para a comunidade suíça, o Papa causa o efeito de alguém que não tem medo de mudar as coisas e os suíços estão felizes com isso. O jeito e a liberdade dele tocam todo mundo e, especialmente, os jovens. Eu acho que ele tem palavras fortes e sei que durante a JMJ nós vamos receber do Papa muita inspiração”.

Outra importante experiência que Marolles pretende proporcionar aos jovens católicos suíços é travar contato com a dimensão de uma religião que, na Suíça, têm uma minoria de adeptos: “Muitos de nossos jovens vêm à JMJ para encontrar outros jovens cristãos e ver que não estão sozinhos na fé em Jesus Cristo. Na verdade, nem sempre é fácil ser jovem na Igreja Católica na Europa porque não têm muitos outros jovens. Então, um encontro em uma das maiores cidades do mundo, em um país onde tantas pessoas professam a fé católica, será uma experiência muito forte para eles”, espera.

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