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Obras das Bienais de Tapeçaria de Lausanne expostas em Portugal

Algumas das obras da Fundação Toms Pauli expostas em Guimarães. Fondation Toms Pauli Lausanne

A Contextile – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea nasceu em 2012, no âmbito da Capital Europeia da Cultura, título que Guimarães partilhou com Maribor nesse ano. Na sua terceira edição, a Contextile 2016, apresenta várias exposições, entre elas “A Textile Memory: The Lausanne Biennials”.

São mais de 25 grandes obras de arte têxtil criadas para as Bienais de Tapeçaria de Lausanne entre 1962 e 1995, pertencentes à colecção da Fundação Toms PauliLink externo, que traçam a evolução da arte têxtil neste período, usando desde tapeçarias de parede ou esculturas têxteis.

“Em 2012, na primeira edição contámos com a presença de Magali Junet, em representação da Fundação Toms Pauli, que, numa conferência apresentou o espólio e as bienais de Lausanne. Ficámos muito entusiasmados e pusemos logo a hipótese de no futuro trazermos parte do espólio”, conta Joaquim Pinheiro, director da ContextileLink externo, que não esconde o orgulho de ver estas obras das bienais suíças expostas no Palacete Santiago, em GuimarãesLink externo: “É uma honra”.

“Fazia todo o sentido trazer uma parte do espólio das bienais de Lausanne, porque esta foi uma das bienais de arte têxtil mais importantes do mundo e onde houve um certo pioneirismo. As bienais de Lausanne são uma referência mundial na arte têxtil contemporânea”, destaca. Na década de 60 esta foi a principal exposição mundial de arte em tapeçaria e, até ao seu fim, em 1995, funcionou como um palco privilegiado de experimentação da arte têxtil contemporânea.

Exposição Internacional é o grande trunfo

Pinheiro diz que a Bienal de Arte Têxtil Contemporânea “tem como matriz conceptual e artística colocar o têxtil no contexto da arte contemporânea” e “como estratégia interceptar o território do Vale do Ave, onde está centralizada a maior parte da indústria têxtil portuguesa, que, neste momento, está com uma dinâmica muito forte, porque se conseguiu inovar, seja em termos de processos de produção, seja em termos tecnológicos. Só faz sentido que a Bienal se projecte se tiver uma conexão com o território, seja ligada à indústria, seja ligada ao seu próprio património”.

Depois de ter vivido o auge e o declínio, com vagas de falências e despedimentos, a indústria têxtil do Vale do Ave tem dado sinais de recuperação, mostrando-se inovadora e competitiva.

A programação da Contextile 2016 não se esgota na exposição “A Textile Memory: The Lausanne Biennials”. “A Bienal é constituída por uma grande exposição internacional de carácter competitivo, que para nós é a actividade charneira da bienal. E na exposição internacional tivemos mais do dobro das candidaturas de todas as partes do mundo. Nas candidaturas que abrimos para as residências sentimos que houve um impacto, pouco a pouco, a nível nacional, mas sobretudo a nível internacional”, sublinha o director.

A programação da Contextile 2016, que se desenrola até 16 de Outubro, inclui ainda: residências artísticas, exposição “Saudade”, exposição “Emergências”: educação e criação artística têxtil, exposição satélite, intervenções públicas, workshops, TextileTalks/conversas temáticas e a conferência internacional “Que lugar é este?”, em que participaram convidados nacionais e internacionais de áreas, como a sociologia, geografia e arquitectura.

54 obras seleccionadas de todo o mundo

Foram 544 os artistas, de 48 países, que apresentaram 732 trabalhos artísticos a concurso para a Exposição Internacional. O júri multidisciplinar, constituído por Lala de Dios (artista têxtil, formadora, presidente da European Textile Network), Lívia Papai (artista, curadora, Budapeste), Paulo Leocádio (artista plástico e director da Escola Superior Artística de Guimarães), Paula Sá (directora da Galeria Trindade, Porto), Claudia Melo (artista, programadora, convidada Contextile), seleccionaram 54 obras de 51 artistas provenientes de 19 países da Europa, América do Norte e Sul, Japão e Taiwan, com base nos seguintes critérios: elevada criatividade, originalidade e competência técnica em torno do elemento têxtil, pela construção, tema, conceito ou material utilizado. 




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