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Detido nos EUA ex-presidenciável da Guatemala ligado a caso Odebrecht

O candidato à presidência da Guatemala pelo partido Liberdade Democrática Renovada (LIDER), Manuel Baldizon (D), vota em Petén, 580 km ao norte da Cidade da Guatemala, em 6 de setembro de 2015 afp_tickers

O ex-candidato à Presidência da Guatemala Manuel Baldizón foi capturado nos Estados Unidos por violar leis migratórias, enquanto autoridades em seu país pediam sua prisão por supostos vínculos com a Odebrecht, informou a Justiça guatemalteca neste domingo (21).

A porta-voz da Procuradoria, Yecenia Enriquez, disse a jornalistas que o político guatemalteco foi detido no sábado, tentando entrar nos Estados Unidos.

“Atualmente se encontra sob custódia das autoridades migratórias daquele país, aguardando para ser deportado no menor prazo” possível, acrescentou.

Uma fonte da chancelaria informou à AFP que o ex-candidato pediu asilo político ao governo americano por considerar-se vítima de perseguição.

“O consulado geral de Miami está em contínua comunicação com as autoridades nos Estados Unidos. Segundo informam, pediu, sim, asilo político. Agora, terão que avaliar se o dão ou não”, informou a fonte, que pediu para não ter seu nome revelado.

Segundo a informação, Baldizón foi detido em Miami, ao tentar entrar normalmente com o visto revogado, após viagem à República Dominicana.

Enquanto isso, o chefe da Procuradoria Especial contra a Imunidade (Feci), Juan Francisco Sandoval, comentou a jornalistas que por enquanto desconhece quanto tempo pode demorar a deportação, pois depende da política migratória americana.

O caso “foge do alcance das autoridades guatemaltecas da Procuradoria e ao estar à mercê de outras autoridades, só esperamos a hora em que estas procedam”, detalhou.

Paralelamente à captura, a Procuradoria e uma comissão antimáfia da ONU na Guatemala (Cicig) pediram a detenção de Baldizón, ao vinculá-lo com a Odebrecht.

A ordem de captura contra o político, que foi candidato nas eleições de 2011 e 2015, se deu por supostos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro ou outros ativos.

Balizón estaria envolvido por ter recebido propinas milionárias da empreiteira brasileira para financiar suas campanhas eleitorais.

A Odebrecht é acusada de pagar fortunas em propinas em vários países da América Latina para obter vantagens no processo de licitação de vários projetos de desenvolvimento na região.

Baldizón, um advogado de 50 anos, perdeu a primeira eleição em 2011 no segundo turno para o ex-presidente, general Otto Pérez, que está preso por supostamente liderar uma rede de fraude fiscal e parte de seu governo é investigada por dar em concessão a ampliação de uma rodovia à Odebrecht.

Em 2015, o político voltou à disputa, convencido de que venceria as presidenciais. Mas chegou em terceiro e ficou fora da disputa do segundo turno com o atual presidente, Jimmy Morales, eleito ao vencer a ex-primeira-dama, Sandra Torres.

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